quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Somos o que temos. E o que será que nós temos?

Futilidade. Pra isso há cura? Uma mágica medicinal? Um ritual, talvez... Ou um preenchimento de espírito que funcione como tal, pelo menos uma vez? É triste ver como pessoas transformam-se em coisas e transformam coisas em valores. É estranho ver que os sentidos estão intimidando os sentimentos. Sim! As pessoas vêem muito mais do que sentem. Será que estão banalizando a essência do olhar? Preferem tatear realidades pecuniárias do que tocarem devaneios que não se vendem. A valorização de um mundo esteticamente perfeito está deixando as pessoas mais feias, controverso isso, não?
O fato é que interior e exterior deveriam complementar-se e não compensarem um ao outro. A valorização excessiva da imagem vem banalizando as atitudes e mudando as ideologias. Meu medo é que a luta pela aparência perfeita ofusque a luta pelos verdadeiros ideais. Sinto que a mudança dos paradigmas da sociedade está formando pessoas mais superficiais. Maquiagens e acessórios parecem mascarar uma sociedade que diz não precisar mais do amor. Mas, se não o amor, o que essas pessoas buscam de si próprias? Amor próprio? Mas aí elas se amariam do jeito que são! Ou não?
Estranho como até na futilidade e nas coisas aparentemente banais encontramos dilemas de personalidade e ideologia. Observo as pessoas e fico sempre me questionando se elas procuram e valorizam a beleza porque se acham feias demais ou porque se sentem mais bonitas do que a beleza clichê. Será que elas pensam que terão um tratamento melhor se parecerem mais ricas e bonitas? Será que elas realmente terão? Tais incógnitas serão sempre incógnitas, mas não consigo me apegar a isso. Para mim, temos, de cada um, o que merecemos. Temos o que somos, somos o que temos por dentro. Por dentro! Não por dentro do bolso, nem por dentro do guarda-roupa, muito menos por dentro do carro. Somos o que temos dentro de nós. E o que será que nós temos?


quinta-feira, 24 de março de 2011

Universidade, meu universo?

17 anos e não fugi de casa. Entrei na faculdade e não me mudei pra República nenhuma. É aqui mesmo, onde nasci e cresci que pude realizar meu sonho de menina. Amedrontada, meio confusa, pensando saber quase tudo quando não sabia quase nada. Foi assim que abri as portas da universidade para o meu mundo ainda adolescente. Letras? Jornalismo? Ciências Biológicas? Engenharia de alguma coisa? Hem?Ah, sou comunicativa, gosto de escrever... é... Jornalismo mesmo. Mesmo? Não sei.
O fato é que escolhi Jornalismo e fiquei perplexa ao me ver na lista de aprovados. Isso porque estava eu no apogeu de minhas descobertas sobre o mundo. Eu queria cerveja, queria música, queria dançar, e também queria passar no vestibular. Parece impossível, mas não é. Cá estou eu! Tudo é diferente quando sentimos. E eu me senti tão diferente quando vi que tudo não era aquilo que eu idealizava. Dentre os olhares estranhos que pareciam me fuzilar, eu queria expressão,e menos pressão. Queria sentimento, menos objetividade. Não queria cobrir ou noticiar qualquer momento. Queria que as coisas acontecessem ao meu tempo. Mas infeliz ou felizmente, nada é assim.
 No início eu chorei, quis largar, quis trancar, quis fazer tudo pra não fazer nada que não me fizesse feliz. Mas as pessoas mudam, e como mudam! Hoje eu penso de uma outra forma. Penso que em tudo que fazemos há algo com o qual nos identificamos, basta olharmos com os olhos de quem realmente vê. E dessa forma vou me encaixando, ou tentando me encaixar, focando aquilo que há de bom dentro de algo que me confunde intensamente.Às vezes penso que quero voar além do meu universo. As vezes nem sei se estou mesmo em um universo que posso chamar de meu.Sei apenas que já não tenho mais 17 anos e agora já penso em fugir de casa, fugir de cidade, quem sabe até de país...e depois voar...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Não que não seja...

Pessoas inocentes pensam que a pior dor vem do amor entre homem e mulher. Eu digo que não vem. Não que não venha do amor.... É complexo demais aquilo que faz o ser humano ser humano de fato. Sentimentos, tão misteriosos quanto a morte. Dores, de fato dores quando nos fazem sofrer. É incrível como corpo e alma são perfeitamente mesclados e sintonizados. Lágrimas dançam no mesmo ritmo que a dor fininha que vem de dentro do peito, que afeta a expressão do rosto, que faz tremer, que faz mudar toda uma matéria esculpida. Sim, a dor é um mistério para mim. Infelizmente, ou felizmente, talvez eu saiba de onde ela vem nesse momento em que me disponho a falar dela. Digo com plena convicção que a dor da alma vem do amor. Minha dor de amor não é regada pela atração de sexos opostos. É alimentada pelo amor em sua face mais inocente, que se ofusca exatamente pela tal dor. E, nessa hora, nem sei mais onde está o tal amor. Não que não exista amor... não que amor seja dor... ou talvez até seja....

Talvez

Tais inquietudes! Parecem bater nas paredes do meu eu querendo apenas liberdade. Costumo dizer que o extremo da liberdade ideológica é a liberdade de expressão. Talvez nada seja tão doloroso quanto mascarar-se com a máscara de si mesmo e, talvez, tão indigna quanto a falsidade seja a omissão. O blog "Tais inquietudes" é advindo de minhas concepções pessoais, é o refúgio para os momentos em que a minha censura interna não permite que eu utilize a palavra da forma mais original. Todos nós temos inquietudes que não cabem em nossa estrutura. E para expressá-las, sempre preferi palavras escritas a palavras ditas, e  subjetividades ao extremo racional. A partir de nossas perspectivas, indagamo-nos sobre o que nós mesmos pensamos e sabemos a respeito de nós e a respeito de tudo aquilo que é ligado ao mundo no qual vivemos. Esse é o motivo pelo qual penso que o blog é relevante. Porque através dele poderei gritar ao mundo minhas inquietações, aquelas mesmas que possuem a pura essência da liberdade que eu almejo e que, por sua vez, é ideologia de toda uma sociedade.

Rafaela Soares.